Algumas narrativas bíblicas evidenciam fatos pretéritos que narram histórias e personagens que encararam os medos e que de alguma forma se repetem nos diversos cenários da vida cotidiana.
Uma delas diz respeito a um jovem pastor de ovelhas, chamado
Davi, o menor dos irmãos, que fora visitar os irmãos em um campo de batalha em
que o povo judeu estava prestes a enfrentar os temerários Filisteus.
Os exércitos haviam montado acampamento e estavam
posicionados para a batalha. Ao longo de vários dias esses adversários se
observavam mutuamente. E então um guerreiro filisteu de 2,90 metros de altura,
de forte vigor físico, chamado Golias, fortemente armado, passou a avançar todos
os dias para o centro do campo de batalha e a gritar para as tropas de Israel.
Ele desafiava algum homem do exercito israelita a lutar com
ele. E não seria apenas uma luta entre dois homens, mas seria a luta que
definiria o resultado da guerra.
Os israelitas temiam diante dos brados do Filisteu. Ao ouvir
aquele desafio rotineiro, Davi ficou indignado e se dispôs a enfrentá-lo. A
iniciativa se afeiçoaria a loucura, com chances remotas de vitória de um
franzino pastor de ovelhas vencer qualquer duelo com um gigante profissional em
amedrontar as forças adversárias, em desestabilizar qualquer levante inimigo.
O final desta historia todos já conhecem. Traços do texto
trazido acima foram utilizados por um jovem procurador do MPF que dicidiu lutar
contra o sistema corrupto governamental do país. Deltan Dallagnol, em uma
palestra, falava sobre os medos de enfrentar os grandões com a força-tarefa da
Lava-Jato.
Para policias militares e principalmente para os representantes de classe, o breve relato ganha outra conotação, não tão diversa posto que ainda trata-se dos “medos” de lutar.
Por tanto tempo, praças das Policias Militares do Brasil
tiveram seus direitos ocultados frente aos interesses de uma classe dominante e
opressora dentro dessas Instituições. Interesses esses que são diversos aos
interesses do bem comum, aos interesses da população e da Segurança Pública.
Em Sergipe, presenciamos casos de praças submetidos a
determinações conflitantes acerca da interposição de Atestados Médicos no ceio
da Corporação, prisões de praças com flagrante ilegalidade, ameaças, assédios,
abusos de autoridade, improbidades administrativas. E o policial não tem o
direito sequer de questionar o ato administrativo, não tem o direito sequer de
sanar dúvidas acerca de um direito violado, pois imediatamente é transferido de
sua unidade, que não é motivado nem pelo interesse pessoal do policial e muito
menos pelo interesse do serviço público.
Com isso queremos falar aos associados que precisamos de
mais “Davis” que se indignem, mas que se disponham a ir para a batalha, pegar as
suas armas e partir para vencer os “Golias” que trabalham na supressão de
nossos direitos. Vencer os medos, ter fé, acreditar em si, para superar os desafios e promover a justiça escrevendo uma nova história para a Classe que ainda não descobriu a força que tem.
Ascom
Ascom
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