Nesta manhã, tomou-se conhecimento pelas redes sociais que um Praça da PMSE foi preso por insubordinação pelo Comandante do 1º Batalhão sediado no Bairro Santa Maria. O policial praça e sua guarnição, depois de uma noite de serviço no patrulhamento daquele bairro, às 5:30h da manhã trocou tiro com meliantes que assaltavam nas imediações do Conjunto Padre Pedro em uma moto.
A ocorrência logrou êxito e o fato foi conduzido à Delegacia de Polícia para os procedimentos cabíveis. O resultado foi dois infratores presos, uma arma de fogo apreendida, uma moto recuperada. Fato até corriqueiro naquele Bairro problemático em relação à violência, e ação digna de elogio pelos policias abnegados que cumprem a sua missão de combater o crime.
Porém, o que chamou a atenção foi o fato pós ocorrência dentro do Batalhão de Polícia. Segundo informações, o policial praça foi repor as munições para retornar ao seu lar em segurança, quando um Oficial, que ao invés de parabenizar a atuação dos policiais e facilitar ao máximo a reposição dessas munições com o mínimo de burocracia para o policial ir para casa com segurança, "além de achar ruim a situação, tratou o praça com desdém e falta de cordialidade (fez piadinhas)". Iniciou-se uma discussão e claro, na prisão da parte mais frágil dessa relação, O PRAÇA. Que além de superar o cansaço e o estresse da atividade policial ainda tem que aguentar "piadinha" na saída de serviço de alguém que deveria dar apoio, incentivo e exemplo ético. Essas informações chegaram ao blog de forma anônima e através da rede social.
Esperamos que essas informações sejam esclarecidas, que o fato seja apurado e que a verdade e a justiça prevaleçam.
O flagrante foi lavrado na Corregedoria da Polícia Militar e o Policial encaminhado ao Presmil, onde deverá aguardar a audiência de custódia sem data e hora prevista até o momento. O advogado que acompanha o caso é Dr. Raphael Britto que rapidamente chegou à Corregedoria para garantir a ampla defesa e o contraditório do praça envolvido. O vereador Cabo Amintas também se fez presente em apoio ao colega e disponibilizou uma psicóloga a qual deu o devido apoio psicológico ao policial preso.
Mas a reflexão precisa ser feita. Qual a motivação de um profissional de segurança pública que combate o crime, que vai para seu trabalho, despede-se de sua família e não volta por conta de um bate boca desnecessário e evitável dentro do ambiente de trabalho? Sai para garantir a liberdade das pessoas e não tem garantia de liberdade dentro de sua profissão?
Imaginamos o conflito que passa esse bom policial. Ora prendendo criminosos, ora sendo tratado como um dos meliantes que ele prendera e que já devem estar soltos enquanto ele se encontra preso sem ainda ao menos ter chegado em casa para descansar de uma noite de serviço nas ruas do Bairro Santa Maria. Paradoxo vivenciado todos os dias por estes profissionais.
Esses policiais que combatem o crime diuturnamente, que arriscam suas vidas para garantir a ordem pública merecem ser homenageados e agraciados com medalhas. Mas o que vemos no dia a dia é que esses policias têm ganhado assédio moral, perseguição, opressão, desestímulo. Homens amordaçados que não podem se expressar, que não podem falar o que pensam, o que sentem, não podem ser humanos. E como garantir os Direitos Humanos da sociedade sem tê-los e sem vivenciá-los dentro de sua profissão?
É tudo muito lamentável e triste.
A UNICA acompanhará mais esse caso e continuará na luta pela defesa da classe por dignidade e respeito que ela merece.
Ascom
Nenhum comentário:
Postar um comentário