segunda-feira, 19 de junho de 2017

SAÚDE PSICOSSOCIAL QUE FALTA AOS MILITARES ESTADUAIS



A morte do Cabo Reutmam, encontrado morto em sua residência na manhã desta segunda feira, entristece e suscita o debate da falta de investimento das Instituições Militares na Saúde Psicossocial de seus integrantes, policiais e bombeiros.

No dia 28 de Maio de 2012 encerrou um grande serviço prestado aos policias militares deste Estado, acabava o NAPSS, na desculpa da "reestruturação" administrativa e operacional, conforme publicação no Boletim Geral Ostensivo nº 087, de 16 de maio de 2012, o Núcleo de Atenção Psicossocial (NAPSS) da Polícia Militar de Sergipe (PMSE) que ficou "TEMPORARIAMENTE INATIVO", cumprindo assim decisão do Comando, suspendendo, portanto, TODAS as suas atividades psicossociais. Um temporário que se tornou permanente e trouxe sérios problemas crônicos a saúde de toda corporação. 


Ficando suspensos ainda, todos os serviços de visita domiciliares aos policiais e familiares na capital e interior do Estado, acompanhamento e encaminhamento aos hospitais, clínicas e outros estabelecimentos da rede de saúde, atendimentos de apoio psicossocial aos policiais militares e familiares em casos de sinistros (óbitos), Urgências Psicossociais, bem como o desenvolvimento de projetos acadêmicos com as Universidades Federal, UNIT, Pio Décimo, Anhanguera, dentre outras instituições que por intermédio de seus alunos de psicologia e serviço social desenvolviam projetos psicossociais junto as Unidades e Subunidades operacionais da PMSE. Ou seja, um prejuízo sem precedentes aos Policiais Militares, que recebiam acompanhamento e aos que precisariam depois, além do prejuízo aos profissionais que se dedicavam de forma abnegada a essa causa.

A prevenção das doenças psicológicas entre os servidores militares seria de suma importância para evitar mortes prematuras e trágicas com a noticiada no dia de hoje. É imprescindível a abordagem diretamente na fonte das principais causas dessas doenças, a análise do ambiente do trabalho, do contexto social desses homens e mulheres.

Não basta apenas oferecer o serviço ambulatorial. Sem as técnicas corretas de análise e abordagem, os militares vão continuar a não frequentar os consultórios e sem pedir ajuda vão sucumbir diante dos problemas.

Não é mistério pra ninguém dentro da caserna os problemas vividos pelos policiais e bombeiros, sejam na área financeira, com os constantes atrasos no salário e o aumento das dívidas ajudados pelos "créditos especiais" oferecidos pelos bancos, além da defasagem salarial de mais de 30%. Dividas acarretam em problemas emocionais, que afetam toda a família do individuo. Fim de relacionamentos mau sucedidos, problemas de aceitação social, excesso de trabalho, perseguição e assédio moral no ambiente de trabalho, preconceito e outros problemas que assolam a vida destes servidores.

Até quando vamos perder esta guerra que é interna, mas reflete diretamente nos serviços prestados a sociedade sergipana?

Ascom  


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